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Arquitetos: Jorge Bartolo - Arquitectura
- Área: 400 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:João Armando Ribeiro
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Fabricantes: Alucobond, Amop, Carpifoz, Margres, Robialac, Sanindusa, Softlight, Sosoares
Descrição enviada pela equipe de projeto. O desenho da reabilitação deste edifício tinha uma base sólida assente em experiências desportivas da nossa equipa. A utilização de dados para regenerar a forma. Estávamos a desenvolver um projecto para um clube náutico e o desenho tendia a ser alusivo a embarcações, ao cavername de construção épica nas descobertas portuguesas. O local, como habitual em zonas portuárias e frentes de mar, era um aterro artificial onde o homem conquista e controla o percurso do rio e a forma como ele se encontra com o mar. Sempre que assim é, recorre-se a protecções e muros, rampas, sinais, lajes que emergem com as marés. Uma dinâmica natural dentro da segurança das construções portuárias.
Quando a autoridade portuária nos convida a renovar o edifício da recepção da marina definimos outra estratégia de abordagem. Optamos por informar o projecto de dados com significado, o motor gerador da forma seria a nossa experiência desportiva, as nossas sensações, as nossas preocupações, em rigor, as nossas memórias gravadas nas sensações repetidas na utilização daquele lugar enquanto velejadores. E eram, o vento, o calor, a proteção da nortada, o vento sul húmido do inverno, mas também a posição relativa e global deste lugar. Decidimos (re)fazer o edifício que pudesse ser anônimo, e que essa simplicidade fosse o local de chegada de velejadores em trânsito que aportam para um merecido descanso. Dias de navegação concentrados em análises meteorológicas, cartografia, e performance - o valor das polares estava ligado à quantificação da performance esperada em função do desenho do casco e das velas e das variações da intensidade do vento, e isto resultava em variações na velocidade.
Estes dados dinâmicos e de expectativa eram em rigor o significado principal, a nossa abordagem de utilização de dados com significado informou o projecto com ângulos e formas e volumes físicos em sintonia com a performance pretendida, ou seja o programa e a expectativa depositada no objecto final. Antes, utilização de dados onde a nossa memória ou a nossa boa sensação absorvida do lugar antes da construção nos induz naturalmente a transpor essa quantificação para o projecto. Quase que o respeito aplicado na reabilitação de uma construção histórica, só que neste caso com uma preexistência com forte presença. A importância da saúde, segurança, segurança e meio ambiente (HSSE) nos portos foi estendida a esta área pública, onde os marinheiros coexistem com a vida cotidiana dos cidadãos locais